II Semana da Consciência Negra

Mais especificamente, o trabalho da professora vem abordar uso de amuletos como conjunto de práticas culturais e religiosas que agregou não somente características africanas, mas também materiais de origem européia como orações católicas, hóstias e outras simbologias.
Num segundo momento, a pesquisa se desloca para a análise dos processos inqu
isitoriais na região do atlântico, especificamente aqueles em que o objeto da investigação é o uso das "bolsas de mandigas" no Império Português. Segundo sua pesquisa as bolsas de mandinga foram uma espécie de práticas mágicas nas quais os negros agregavam símbolos africanos e católicos, oferecendo mais sentido do que a simples catequização.

Tais práticas eram vistas como "feitiçarias" pela inquisição, no entanto, a pesquisa ressalta que esses processos inquisitoriais constituem fontes de relevante importância para rever a forma como os africanos e seus descendentes continuaram e re-significaram suas tradições no Brasil.
A popularidade das pr
áticas de "feitiçaria" utilizadas a partir de amuletos confeccionados em forma de "bolsinha" que continham ingredientes e que protegiam contra armas e doenças, instigou o Tribunal do Santo Ofício, que passou a vê-los como práticas demoníacas.

Ressaltado pela professora, as acusações pelo Santo Ofício carregavam alto grau de tortura fazendo com que o próprio réu, numa nostalgia de perguntas e opressão psicologica aceitasse e "admitisse" que mantinha pacto com o demônio, determinando assim sua culpa e posteior sentença.
Muito válida a apresentação da professora, que cativou o público presente a rever as concepções culturais e religiosas dos negros sob uma novas perspectiva.
(fotos:01/profª Vanicléia; 02/público presente; 03/ professores, ao centro profº Msc. Francivaldo Nunes, Diretor da FAHISTO)